Acordara naquela manhã atordoada com o estranho sonho que tivera. Sabia que, para qualquer pessoa que contasse, pareceria absurdamente desconexo. No entanto, conseguia avaliar, em sua mente ainda sonolenta, que toda aquela confusão com a qual sonhara, apenas refletia o quanto sua vida estava desalinhada.

   A impressão que tinha as vezes, era de que ao acordar, olhava-se no espelho, e, em meio ao seu cabelo embaraçado (resultado de tanto rolar na cama em uma noite mal dormida), enxergava sua vida.

   Com seu pente preferido, fazia com que os fios se acalmassem. Se condicionador com suave aroma de chocolate, deixava-os mais macios.

   Agora, enquanto escovava os dentes, permanecia com o olhar fixo no mesmo espelho, e sorria, ironicamente,, ao pensar que não há condicionador ou pente que torne sua vida mais macia...